Drenagem

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A cidade do Recife possui uma área de cerca de 218,5 m² e é constituída por uma planície flúvio-marinha circulada por um cordão de morros de pequena altitude.  Toda essa planície é entrecortada por um grande número de rios e riachos, sendo o Rio Capibaribe o mais caudaloso deles, além disso, outras manifestações da presença de água, como a incursão das águas marinhas duas vezes ao dia devido ao efeito das marés, confere à cidade um caráter arraigadamente hídrico. Devido às condições topográficas da planície recifense, a qual apresenta cotas bastante próximas do nível médio do mar, variando entre 0 e 10 metros (RN IBGE),  e da influência direta dos efeitos de marés, pode-se considerar que praticamente 50% de todo o sistema de microdrenagem da cidade trabalha a meia seção, o que, por si só, compromete o devido funcionamento da drenagem pluvial.

O Recife ao longo de sua história cresceu negando as águas, formadoras do sítio natural que lhe permitiu o assentamento urbano. Sua planície formada por depósitos de sedimentos de areia, argila, cascalho, lama, mangues e dunas, passou pelo processo de urbanização de forma desordenada, por outro lado não foi diferente com os morros. Os desafios são muitos. Corrigir essas falhas não é tarefa fácil ou simples, nem tão pouco somente um problema de engenharia, sobretudo uma questão que envolve demandas sociais potencializadas por limitações impostas pelo espaço urbano e que demanda grandes investimentos financeiros por muitos anos.

Não se pode desconsiderar nesse cenário que a impermeabilização dos lotes particulares assume uma dimensão considerável, ante ao problema da drenagem urbana, bem como o desafio para a preservação e manutenção dos corpos d’água e suas margens e ainda de demandas para a adequação de redes de macrodrenagem e microdrenagem comprometidas por sobrecargas no decorrer dos anos com o aumento do adensamento urbano; são fatores que devem ser tratados de forma integrada e ampliada, considerando a capacidade de cada bacia e sub-bacia hidrográfica. 

É sabido que o município do Recife não vem medindo esforços para encontrar soluções para minimizar esses impactos, nos últimos anos iniciou a implantação do Plano Municipal de Drenagem Urbana, a Lei do Teto Verde nº 18.112/15 e da Lei nº 16.930/2003, que modificou o Código do Meio Ambiente e do Equilíbrio Ecológico do Recife, definindo os critérios para o estabelecimento da Área de Preservação Permanente no Recife e criou o Setor de Sustentabilidade Ambiental.

A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana – Emlurb assume institucionalmente essa responsabilidade pela gestão e manutenção da infraestrutura da cidade e em particular pela manutenção da drenagem urbana, que incluem 1.584,82 km em redes de galerias de águas pluviais e 132,78 km de riachos e canais; São 52.217 poços de visita, 20.796 caixas tipo gaveta e 31.472 caixas tipo bocas de lobo cadastradas pelo Plano Diretor de Drenagem da Cidade.

A Emlurb mantém um plano de manutenção e limpeza dos sistemas de drenagem urbana, que é anualmente revisto que visam periodicamente assegurar a qualidade dos serviços e condições de melhorias para a drenagem da cidade, contemplando alterações e/ou complementações, atendendo às inovações técnicas julgadas pertinentes.

No referido plano fica estabelecida as condições de gerenciamento dos serviços, compatibilizando os recursos financeiros, humanos, materiais, e equipamentos disponíveis com a política de manutenção do Recife implantada na atual gestão, de forma a desenvolver um planejamento e controle das ações a fim de almejar, dentro de curto e médio prazo, resultados mais efetivos no que se refere a custo e qualidade. 

O Plano de Manutenção contempla premissas de níveis estratégico, tático e operacional, de forma a instituir uma programação das atividades necessárias, com os respectivos controles para a melhoria dos processos contínuos.

Qualquer reclamação ou demanda por serviços, os munícipes poderão usar a Central de Reclamação através de uma ligação telefônica pelo número 156. Quando será fornecido o número de protocolo e a estimativa de prazo para o atendimento da demanda. Para tanto, bastará relatar o fato e indicar o endereço ou o local do problema.

 

Sistema de Drenagem dos Túneis e Comportas

A Prefeitura da cidade do Recife, através da EMLURB (Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana), gerencia os túneis Augusto Lucena, no bairro de Boa Viagem, Chico Science, bairro da Ilha do Retiro e Josué de Castro, no bairro do Pina. Além destes túneis a EMLURB é responsável pela gestão da manutenção das comportas Agamenon I e II, sendo a primeira localizada no leito sul do Canal Derby-Tacaruna, em frente ao Hospital Português e a segunda no eixo Norte, em frente ao Shopping Tacaruna e por fim as estações de bombeamento da Rua do Aurora e do Ipsep, a primeira localizada na Rua da Aurora e a segunda se localiza às margens da Av. Recife, na Av. Dom Helder Câmara, no acesso ao bairro do Ibura.

Todos estes equipamentos urbanos possuem importante papel na gestão urbana, uma vez que neles foram implantados sistemas de drenagem que permitem à EMLURB obter um maior controle do fluxo das águas provenientes das chuvas.

Sistema de drenagem dos Túneis Augusto Lucena, Chico Science e Josué de Castro

Devido às fortes chuvas na capital pernambucana, as drenagens dos túneis Josué de Castro (Pina), Augusto Lucena (Boa Viagem) e Chico Science (Ilha do Retiro) necessitaram ser modernizadas. Em função de sua robustez e fácil operação, a EMLURB optou por utilizar as plataformas Elipse E3 e Elipse Mobile, ambas da Elipse Software, na automação do sistema de drenagem destes túneis.

 

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Visão geral do Túnel Augusto Lucena, Boa Viagem, Recife-PE.

 

Com o Elipse E3, os técnicos da EMLURB conseguem controlar o sistema de drenagem da água das chuvas nestes túneis, evitando possíveis alagamentos e evitando atrapalhar o trânsito de veículos. Para isso, o software permite monitorar o nível dos reservatórios, para onde a água é escoada através das caixas de coleta localizadas nas laterais dos túneis. Além disso, controla todas as bombas de drenagem dos túneis, que bombeiam a água dos reservatórios à rede fluvial.

Para implementar este sistema, foram adquiridos painéis com o acionamento das bombas de drenagem por soft-starter (Túnel Josué de Castro) e inversores (Túneis Augusto Lucena e Chico Science). A fim de controlar a partida dessas bombas, foram instalados transmissores de nível ultrassônicos.

O controle automático da partida das bombas pelo nível dos reservatórios é realizado através de um CLP da Wago, modelo PFC200. O CLP vem com modem GSM incorporado. Dessa forma, os dados das bombas e níveis dos reservatórios são transmitidos por protocolo MQTT (Message Queuing Telemetry Transport) a um servidor MQTT Mosquitto, que se encontra no servidor da EMLURB.

Essas informações dos túneis são passadas do servidor MQTT Mosquitto para o driver MQTT do Elipse instalado no mesmo servidor. Com isso, os dados chegam ao Elipse E3 do servidor, onde é possível monitorar o status das bombas, níveis dos reservatórios, histórico de alarmes e tendências via telas gráficas.

 

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Dashboard do Elipse utilizado pelos técnicos da EMLURB para monitoramento em tempo real dos níveis dos reservatórios dos túneis da cidade.

 

 

As plataformas da Elipse aprimoraram a fiscalização do funcionamento do sistema de drenagem dos túneis. Hoje, a empresa não precisa mais deslocar diariamente uma equipe para monitorar as bombas, atuando corretivamente via os gráficos e alertas que são emitidos pelos softwares. O sistema também agregou um ganho econômico à EMLURB, pois foi possível obter uma redução da ordem de R$ 360 mil/ano com custos operativos, uma vez que, para a gestão destes ativos, há uma menor necessidade de recursos humanos integrados ao processo de fiscalização e controle agora realizado com o apoio dos softwares da Elipse.

Segue abaixo outros benefícios disponibilizados pelas soluções Elipse E3 e Elipse Mobile à EMLURB no controle do sistema de drenagem dos túneis Augusto Lucena, Chico Science e Josué de Castro:

  • Gestão remota e otimizada da fiscalização do sistema de drenagem dos túneis;
  • Monitoramento do funcionamento das bombas e níveis de água nos reservatórios dos túneis por meio da análise gráfica disponibilizada pelos softwares;
  • Monitoramento do sistema via smartphone pelo Elipse Mobile;
  • Sistema de alerta de falhas que venham a comprometer o funcionamento das bombas, alertas que são, inclusive, informados via SMS aos smartphones da equipe de manutenção pelo Elipse Mobile;
  • Sistema remoto inteligente que modula o acionamento e funcionamento das bombas conforme o nível de água nos reservatórios.

Estações de bombeamento da Rua da Aurora e Ipsep, Comportas Agamenon I e II

É pensando em inovação, tecnologia e melhor gerenciamento para o bem estar da população que os técnicos da EMLURB decidiram aplicar a tecnologia de monitoramento e controle, anteriormente aplicada aos túneis da cidade, às estações de bombeamento e comportas da cidade. Desta forma, está prevista a obtenção dos mesmos ganhos com a aplicação desta solução:

  • Gestão remota e otimizada da fiscalização do sistema de drenagem das estações de bombeamento e comportas;
  • Monitoramento do funcionamento das bombas e níveis de água nos reservatórios e do canal da Agamenon Magalhães, por meio da análise gráfica disponibilizada pelos softwares;
  • Monitoramento dos sistemas via smartphone pelo Elipse Mobile.
  • Sistema de alerta de falhas que venham a comprometer o funcionamento das bombas, alertas que são, inclusive, informados via SMS aos smartphones da equipe de manutenção pelo Elipse Mobile;
  • Sistema remoto inteligente que modula o acionamento e funcionamento das bombas conforme o nível de água nos reservatórios.

 

A EMLURB atualmente está realizando o processo para automação dos sistemas de drenagem das estações de bombeamento da Rua da Aurora, Ipsep e comportas Agamenon I e II, a solução que contará com a instalação de novos quadros elétricos de automação e o mesmo sistema Elipse já em funcionamento nos túneis da cidade, permitirá a supervisão e controle remoto dos sistemas de bombeamento destes equipamentos públicos garantindo o controle do fluxo das águas e evitando a ocorrência de transbordamento nas imediações da Rua da Aurora, Parque Amorim, Av. Recife e Av. Dom Helder Câmara.

 

Limpeza de Canais pelo Processo de Barragem Móvel

O Recife também realiza a limpeza de vários canais pelo processo de Barragem Móvel que é aplicável com o acompanhamento da variação da maré, e consiste em uma ‘barragem’ provisória inserida transversalmente no canal e através de descargas sucessivas os resíduos sólidos e flutuantes serão removidos para locais apropriados, de forma a serem removidos manual ou mecanicamente. Com esse processo se evita caminhões e escavadeiras hidráulicas em corredores urbanos fazendo a limpeza de canais.

O método é simples e tem por característica utilizar a própria água acumulada no canal para a sua auto-limpeza, através do uso de uma barragem móvel, em que a água é represada e acumulada em seu leito. Tal fenômeno se concretiza com as sucessivas repetições de descargas com o uso da referida barragem.

Este processo tem como finalidade a limpeza dos canais, através do escoamento forçado realizado pelas descargas hídricas, uma das suas principais vantagens é no combate vetorial do aedes aegypti e outros vetores, além de não causar transtornos ao sistema viário ao não utilizar transporte de material em caçambas basculantes.  Outro aspecto relevante no processo é a eliminação por completo dos danos aos passeios, jardins, paredes de canais, pisos e das margens dos canais.

 

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Fotos da execução da limpeza de canais pelo processo de Barragem Móvel.

 

Fazer a limpeza e conservar esses canais em condições de drenagem tem se constituído um grande desafio para os governos que se sucedem, sejam pelo montante de recursos necessários, como também pela forma de operacionalização dessas ações.